Stablecoins em 2025: tendências, regulamentação e adoção institucional

Stablecoins em 2025: tendências, regulamentação e adoção institucional

As stablecoins deixaram de ser apenas uma ferramenta para entusiastas de criptomoedas. Em 2025, elas se firmaram como um componente vital da infraestrutura financeira global, impulsionadas por regulação clara, entradas de instituições financeiras tradicionais e uso em pagamentos e tesouraria corporativa.

Vamos entender o que está acelerando essa transformação e o que ainda pode surpreender no mercado das moedas digitais estáveis.

Regulação forte e estruturada impulsionando confiança

A promulgação do GENIUS Act tornou-se um momento-chave para o setor: stablecoins devem ser lastreadas 1:1 com ativos seguros e recebem proteção especial em processos de falência, colocando os holders como prioridade no recebimento de reservas. Essa legislação criou um ambiente de maior segurança jurídica para investidores e empresas.

O regulamento MiCA, já em vigor desde 2024 na União Europeia, estabelece padrões claros para emissão, reservas e licenciamento de stablecoins. Isso levou à exclusão de algumas moedas como o Tether (USDT) de plataformas europeias, forçando o mercado a se adequar a padrões mais rigorosos de transparência.

Instituições tradicionais entrando com força

O Citigroup está avaliando oferecer custódia de reservas de stablecoins, como Tesouro dos EUA, e criar soluções de pagamento com essas moedas digitais. Essa movimentação representa uma mudança significativa na postura dos grandes bancos tradicionais em relação ao setor cripto.

O CEO da DWS prevê um mercado gigantesco para stablecoins, especialmente com o lançamento de moedas em euros, demonstrando como as instituições financeiras europeias também estão se posicionando para participar desse crescimento.

Adoção e uso real crescentes

O USDC, emitido pela Circle, já circula 65 bilhões de dólares — um salto de 90% desde o IPO da empresa. A circulação anual chegou a 35 trilhões de dólares, o dobro do volume da Visa, demonstrando a escala impressionante que essas moedas atingiram.

Grandes empresas como Visa e Franklin Templeton já usam stablecoins para liquidação instantânea de operações. A Visa também está explorando cartões vinculados a stablecoins, indicando uma integração cada vez maior com o sistema financeiro tradicional.

Desafios persistentes e riscos

A fragmentação regulatória global ainda apresenta riscos significativos para empresas e usuários no setor. Diferentes jurisdições adotam abordagens distintas, criando complexidade operacional para empresas que operam globalmente.

As receitas da Circle mostram crescimento de 53%, mas a empresa reportou prejuízo de 482 milhões de dólares devido a custos associados ao IPO. O colapso da TerraUSD deixou lições duras e ainda reverbera no setor, lembrando os riscos inerentes a projetos mal estruturados.

O que esperar no futuro imediato

A massificação da adoção institucional continuará, com bancos e empresas incorporando stablecoins em processos financeiros e tesouraria. Os reguladores estão entendendo melhor o setor, facilitando expansão global com segurança e compliance.

Também podemos esperar competição entre moedas lastreadas em diferentes moedas fiduciárias — dólar, euro, dirham, real e outras — conforme novos players entram no mercado buscando atender demandas regionais específicas.

O futuro das moedas digitais estáveis

Em 2025, as stablecoins se consolidam como infraestrutura financeira real, não apenas uma ferramenta cripto. A combinação entre regulação robusta, adoção institucional crescente e casos de uso práticos está transformando completamente o setor.

Os riscos ainda existem e devem ser considerados, mas o caminho parece claro para quem busca entender e participar desse movimento que está redefinindo como pensamos sobre dinheiro digital e pagamentos globais.

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